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Alienação parental e o impacto psicológico nas decisões de guarda

  • Foto do escritor: Chagas Advogados
    Chagas Advogados
  • 16 de out.
  • 3 min de leitura
Uma balança da justiça em bronze está posicionada no centro de uma mesa de escritório. Em um dos pratos, há uma pilha de documentos; no outro, um coração translúcido e brilhante, simbolizando o peso emocional. Ao fundo, as silhuetas de duas pessoas (pais) se confrontam. Um laptop à direita exibe um fluxograma sobre 'Alienação Parental' e 'Decisão de Guarda'. Um livro intitulado 'Psicologia Judiciária' e um martelo de juiz (malhete) estão sobre a mesa, destacando a intersecção entre lei e bem-estar emocional. A cena é iluminada por uma luz suave vinda de uma janela, criando uma atmosfera de seriedade e ponderação.

Quando a disputa pela guarda vira cenário de manipulação emocional, o maior prejuízo é o psicológico, e ele pesa cada vez mais nas decisões judiciais.


A alienação parental e o peso das emoções no Direito de Família


Poucas situações são tão dolorosas quanto ver uma criança transformada em mensageira ou escudo de um conflito entre adultos.

Nos tribunais, o tema da alienação parental, quando um dos genitores influencia o filho a rejeitar o outro, tem ganhado destaque, não apenas pelo aspecto jurídico, mas pelo impacto psicológico profundo que deixa marcas por toda a vida.


O Tribunal de Justiça de São Paulo reforçou essa compreensão em decisão recente (ago/2025), ao negar pedido de alteração de guarda por entender que não havia provas concretas de manipulação emocional, mas reconhecer que o conflito constante entre os pais já causava sofrimento psíquico à criança.

O recado é claro: o Judiciário não é apenas um campo de disputa patrimonial, mas também de proteção emocional.


O que caracteriza a alienação parental


A Lei nº 12.318/2010 define alienação parental como qualquer interferência na formação psicológica de uma criança ou adolescente que leve ao repúdio ou à rejeição injustificada de um dos genitores.

Isso pode ocorrer de formas sutis, pequenas críticas diárias, omissões de afeto, negação de informações sobre a rotina escolar ou médica, até atitudes mais graves, como impedir visitas, alterar horários ou distorcer fatos.


O ponto central é a intenção de enfraquecer o vínculo entre a criança e o outro responsável, gerando dependência emocional e culpa.


Quando o vínculo se rompe, o tempo vira inimigo


Cada semana de afastamento é um tijolo a mais no muro invisível entre pais e filhos.

Nos laudos psicológicos, o padrão é recorrente: crianças expostas à alienação desenvolvem ansiedade, medo de desapontar e culpa ao demonstrar carinho pelo outro genitor.


É por isso que as decisões de guarda, provisórias ou definitivas, levam cada vez mais em conta a saúde emocional do menor.

O critério da “melhor convivência” não se resume ao endereço da criança, mas à preservação de vínculos afetivos equilibrados.


Como a Justiça tem decidido


A jurisprudência do TJ-SP (Apelação nº 1013056-96.2022.8.26.0007, julgado em 25/04/2025) mostra que os juízes têm evitado mudanças bruscas de guarda quando não há comprovação de alienação.

O tribunal reconhece que a animosidade entre os pais, por si só, não configura alienação parental, e que o melhor caminho é o acompanhamento psicológico, de ambos.


A decisão reforça a tendência de valorizar o equilíbrio emocional da criança acima da disputa dos adultos.

Isso significa que o Direito de Família está, cada vez mais, dialogando com a Psicologia.


Como prevenir e agir em casos de alienação parental


  • Registre comunicações (mensagens, e-mails, conversas relevantes).

  • Evite confrontos diretos: o que é dito na emoção pode ser usado judicialmente.

  • Busque apoio psicológico para a criança e para os pais.

  • Peça perícia psicossocial se houver indícios de manipulação afetiva.

  • Priorize acordos mediados, preservando o bem-estar do filho antes do orgulho.


A alienação parental não é apenas uma violação legal, é um trauma silencioso que repercute na formação emocional, e a Justiça, hoje, está atenta a isso.


Salve este artigo e compartilhe com quem precisa entender que a guarda não é sobre poder, é sobre cuidado.


✨ Recomeços guiados pela lei, e por quem se importa.

 
 
 

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